Imigração: as notícias de imigrantes que perderam a cidadania americana porque mentiram durante o processo aumentam e, se depender do atual governo, o número pode mesmo ser maior este ano. 

Atualmente, mais de 2,5 mil processos de naturalização estão sendo revisados pelo U.S. Citizenship and Immigration Service (USCIS) em busca de fraudes. Desses 2,5 mil casos, cerca de 100 foram enviados para o Departamento de Justiça para serem investigados,segundo a agência EFE.

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Por meio do USCIS, o governo anunciou a contratação de advogados e investigadores para revisar os processos de naturalização e intensificou desde janeiro de 2017. Os agentes agora usam a tecnologia para identificar impressões digitais e cruzar com dados atuais e descobrem, por exemplo, imigrantes que usaram outra identidade para se naturalizarem.

A advogada de imigração brasileira, Ingrid Domingues, explica que o processo de perda da cidadania ou "desnaturalização" é um "processo complexo e raro e não é algo que é feito diariamente e sem grande pesquisa e muita investigação".

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De acordo com Domingues, esse tipo de investigação somente é feita quando existem provas concretas do abuso de um imigrante em tentar defraudar o governo Americano, "algo que o governo não tolera", defende a advogada que esclarece ainda que as administrações anteriores não davam a importância que a atual administração tem dado.

Mas, o que leva o imigrante a perder a cidadania? Existem vários motivos, entre eles, aponta Domingues:

- Fornecer informações fraudulentas na petição de cidadania;

- Omitir informações cruciais no processo;

- Deturpação premeditada de fatos na petição de cidadania;

- Fazer parte de organizações subversas.

Os casos mais comuns, menciona a advogada, envolvem pessoas que possuem histórico de deportação e ocultam esse fato na petição de cidadania. "Outras pessoas obtêm identidades falsas no intento de ocultar sua verdadeira identidade e há também pessoas que cometeram crimes sérios como homicídio, crimes contra menores, violência doméstica, espionagem, crimes contra os Estados Unidos, etc", destaca.

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Ao contabilizar os números anuais, realmente tem crescido a quantidade de imigrantes que perdem a cidadania. Entre 1990 a 2017, o Governo processou uma média de 11 casos por ano de "desnaturalização". Em 2016 foram 15; em 2017, 25 e neste ano de 2018 já são 20, segundo Domingues.

O Governo Trump está realmente criando novos departamentos dedicados a investigar casos de naturalização suspeitos de fraude e certamente esses casos vão aumentar. No entanto, o processo de "desnaturalização" continua "algo raro e complicado e somente que teve a intenção de defraudar o Governo deve temer", destaca Domingues.

Contudo, esse aumento demonstra bem a preocupação do atual governo em combater as fraudes contra o país. "Muitos dizem que é perseguição, mas a realidade é que não são casos iniciados para 'perseguir' um indivíduo somente pelo fato de ser imigrante, são casos para combater a fraude contra o Governo Americano", finaliza a advogada.

Fonte: www.gazetanews.com

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